quinta-feira, 5 de maio de 2011

lier



Às vezes penso como foi possível.
                Como foi possível cair num enredo destes e ser quase como uma personagem principal num filme em que o elenco é macabro e desordeiro.
                Como foi possível ter-me deixado enganar todos estes anos pelas mentiras, arrogâncias, cinismos, cobardias que lideram as nossas vidas.
                E se digo nossas é porque finalmente percebi que a cegueira não era apenas minha, quantas são as pessoas que não se sentiram já enganadas, traídas ou simplesmente mal tratadas por alguém e mesmo assim continuaram a sorrir-lhes como se nada fosse?
                 Mais uma vez cinismo e mentira.
                 E sorrimos porquê? É tão mais fácil fingir que nada se passa, o difícil é reagir, sorrimos porque no fundo somos todos iguais, cobardes. Porque quando algo está mal não temos coragem de reclamar, de reagir de barafustar, de chamar a atenção de se fazer notar apenas continuamos o nosso rumo como se nada se passasse.
                Só sabemos viver assim sendo fracos e escondendo-nos atrás da mentira.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

the deam

Tive um sonho…
Um sonho lindo, no qual tu te chegavas a mim e dizias:
_ Eu amo-te! E tu?... Confias em mim?
Sorridente respondia-te que sim para as duas perguntas e tu sem dizer mais nada pegavas-me pela mão e juntos corríamos estrada fora como se tudo fosse um verdadeiro mar de rosas, onde os espinhos fossem os nossos beijos e as folhas os nossos abraços. Nada mais nos separaria, seria eterno.
Juntos formaríamos um reino perfeito em que tu eras o príncipe e eu uma perfeita princesa nada nesse mundo nos poderia separar nem mesmo a maldade, traição, a mentira ou o ódio.
Mas como todos os contos de fadas têm um final, eu acordei e aí nada era realidade as rosas estavam murchas os espinhos eram ódio, as folhas raiva e nada seria para sempre.
                O reino era um inferno em chamas, o príncipe um sapo e eu apenas uma gata borralheira, nada mais existia para além da maldade e do ódio, as mentiras eram então as nossas verdades e traição algo vulgar. Depois da desilusão vem a certeza de que contos de fadas só nos sonhos e nas histórias infantis porque a vida é dura e bem real não tem nada de fantasia nem príncipes com histórias de amor eterno